quinta-feira, 11 de abril de 2013

Conto Extra******* O aventureiro húngaro*** de Anais Nin


O aventureiro húngaro (Anais Nin )



ERA UMA VEZ 


..........um aventureiro húngaro de beleza espantosa, charme irresistível, graça, talento de um actor consumado, 

cultura, conhecimento de muitas línguas,modos aristocráticos. 

Por trás disso tudo, havia o dom para a intriga, para escapulir das dificuldades, para entrar e sair dos países 

deslocando-se suavemente.

Viajava em grande estilo, com quinze baús das mais finas roupas, com dois grandes cães dinamarqueses. 

O ar de autoridade garantira-lhe o apelido de Barão. 


O Barão era visto nos hotéis mais luxuosos, em estações de águas e corridas 

de cavalo, em voltas ao mundo, em 

excursõesao Egito, viagens pelo deserto, pela África.

Em toda parte ele se tornava o centro das atenções das mulheres. 

Como o mais versátil dos actores, passava de um papel para o outro para 

satisfazer o gosto de cada umadelas. 

Era o dançarino mais elegante, o parceiro mais animado para jantar, o 

anfitrião mais decadentista em tête-à-têtes*; 

sabia velejar, cavalgar, dirigir. 

Conhecia cada cidade como se lá tivesse vivido toda a vida. Conhecia todos 

da sociedade. Ele era indispensável.

Quando precisava de dinheiro, casava-se com uma mulher rica, espoliava-a 

e ia embora para outro país. 

Na maior parte das vezes as mulheres não se revoltavam, nem faziam 

queixa à polícia. 

As poucas semanas ou meses que desfrutavam tendo-o como marido 

deixavam uma sensação mais forte que o 

choque de perderem o dinheiro. 


Por um momento elas entendiam como era viver com asas fortes, voar acima das cabeças 

da mediocridade.

Ele as levava tão alto, rodopiava tão rápido com elas em suas sequências de 

encantamentos que sua partida ainda tinha algo do vôo. 

Parecia quase natural – nenhuma parceira poderia acompanhar seus grandes arroubos de 

águia.

O aventureiro livre e incapturável, que dessa maneira pulava de um galho dourado para 

outro, quase caiu em uma 

armadilha, uma armadilha de amor humano,quando certa noite conheceu a dançarina 

brasileira Anita em um teatro peruano. 


Os olhos alongados de Anita não se fechavam como os das outras mulheres, mas como 

os olhos dos tigres, pumas e 

leopardos, com as duas pálpebras juntando-se preguiçosa e lentamente; e estas 

pareciam levemente unidas 

próximo do nariz, tornando-se mais estreitas, com um relance lascivo e oblíquo 

pendendo dos olhos, como o olhar 

de relance de uma mulher que não quer ver o que estão fazendo em seu corpo. 

Tudo isso dava a ela um ar de quem estava fazendo amor, o que inflamou o Barão tão 

logo a conheceu.

Quando foi ao camarim para vê-la, Anita estava se vestindo em meio a uma profusão de 

flores; e, para deleite dos 

admiradores sentados à sua volta, estava pintando o sexo com batom, sem permitir que eles fizessem qualquer 

movimento em sua direção.

Quando o Barão entrou, ela apenas ergueu a cabeça e sorriu para ele. 

Estava com um pé apoiado sobre uma mesinha, o requintado vestido brasileiro estava levantado e, com as mãos 

cheias de jóias, retomou a pintura do sexo, rindo da excitação dos homens à sua volta.

O sexo dela era como uma gigantesca flor de estufa, maior do que qualquer um que o Barão já houvesse visto,

e o pêlo em volta era abundante, encaracolado, negro acetinado. 


Eram aqueles lábios que ela pintava como se fossem uma boca, muito requintadamente, 

de modo que ficaram 

como uma camélia vermelho-sangue aberta à força, mostrando o botão interior, o cerne 

mais pálido e de pétalas   

mais delicadas da flor.

O Barão não conseguiu persuadi-la a cear com ele.

A aparição no palco era apenas o prelúdio do trabalho dela no teatro. 

Depois é que se seguia a performance pela qual Anita era famosa em toda a América do 

Sul, quando nos recônditos 

camarotes do teatro, no escuro, com as cortinas semicerradas, enchiam-se de homens da 

sociedade de todo o mundo. 
As mulheres não eram levadas àquele espetáculo de variedades de alta classe.

Ela havia-se vestido de novo com o traje de saia rodada que usara no palco durante as canções brasileiras,

mas não estava de xale. 

O vestido não tinha alças, e os seios fartos e abundantes, comprimidos pelo corpete justíssimo, avolumavam-se para 

cima, oferecendo-se quase que por inteiro ao olhar.

Nesse traje, enquanto o resto do show continuava, ela fazia a ronda dos camarotes. 

Lá, mediante solicitação,ajoelhava-se diante de um homem, desabotoava as calças dele, pegava o pênis com as 

mãos cheias de jóias e, com um toque de bom gosto, uma destreza, uma sutileza que poucas mulheres já 

desenvolveram, chupava-o atésatisfazê-lo. 

As duas mãos eram activas como a boca.


A delícia daquilo quase privava os homens dos sentidos. A elasticidade das mãos; a 

variedade de ritmos; amudança entre um aperto de mão em todo o pênis e o mais leve 

toque na ponta, entre a pegada firme de todas as

partes e o mais leve roçar dos pêlos em volta – tudo isso por uma mulher 

excepcionalmente linda e voluptuosa,

enquanto a atenção do público estava voltada para o palco. 

Ver o pênis entrar na boca magnífica, entre os dentes brilhantes, enquanto os seios 

arfavam, dava aos homensum prazer pelo qual pagavam generosamente.

A presença dela no palco preparava-os para a aparição nos camarotes. Ela provocava-os 

com a boca, os olhos,

os seios. E, para satisfazê-los, junto com a música, as luzes e a cantoria, havia uma forma de entretenimento 

excepcionalmente picante em um camarote escuro e com

as cortinas semicerradas acima da platéia
O Barão quase se apaixonou por Anita e ficou com ela por mais tempo do que com qualquer mulher. 

Ela se apaixonou por ele e lhe deu duas filhas.

Mas depois de alguns anos ele se foi de novo. 

O hábito era forte demais; o hábito de liberdade e mudança.

Viajou para Roma e se hospedou em uma suíte do Grand Hotel. 

Casualmente ficou ao lado da suíte do embaixador da Espanha, que lá estava com a esposa e duas filhas pequenas. 

O Barão encantou-os também. A mulher do embaixador o admirava. Ficaram tão amigos, e ele era tão agradável 

com as crianças, que não sabiam como se distrair naquele hotel, que logo se tornou hábito

das duas garotinhas, ao levantarem de manhã, irem visitar o Barão e despertá-lo com risadas e brincadeiras que

não lhes eram permitidas prodigalizar ao pai e à mãe, mais solenes.

Uma das garotinhas tinha cerca de dez anos, a outra, doze. 

Ambas eram lindas, com enormes olhos negros aveludados, cabelo comprido sedoso e pele dourada. Usavam 

vestidos brancos curtos e meias brancas curtas. 

As duas entravam correndo aos gritinhos no quarto do Barão e atiravam-se alegremente em cima da grande cama.

Ele brincava com elas e as afagava.

Como muitos homens, o Barão agora acordava sempre com o pênis em uma situação peculiarmente sensível. 

De fato, no estado mais vulnerável. 

Ele não tinha tempo de se levantar e acalmar a situação urinando. 

Antes que pudesse fazê-lo, as duas garotinhas haviam corrido pelo chão brilhante e se atirado em cima dele e em

cima do pênis proeminente, que de algum modo o grande acolchoado azul-claro escondia.

As garotinhas não se importavam que as saias voassem para o alto e as pernas esguias de dançarina ficassem

enroscadas e caíssem em cima do pênis que jazia duro embaixo da colcha. 

Rindo, davam a volta por cima do Barão, sentavam-se em cima dele, tratavam-no como um

cavalo, montavam-no e o empurravam para baixo, insistindo para que sacudisse a cama com o movimento de

seu corpo. 

Junto a tudo isso, beijavam-no, puxavam seu cabelo e mantinham conversas infantis. 

O deleite do Barão por ser tratado dessa maneira tornava-se uma expectativa excruciante.

Uma das garotas estava deitada de barriga para baixo, e tudo o que ele tinha que fazer era mexer-se um

pouquinho contra ela para atingir o prazer. 

Então ele ofez como uma brincadeira, como se finalmente quisesse derrubá-la da cama. Ele disse:

– Estou certo de que você cairá se eu empurrar desse jeito.

– Não vou cair – disse a garotinha, agarrando-se a ele com as cobertas no meio, enquanto ele se mexia como

se fosse forçá-la a rolar pela lateral da cama. 

Rindo, empurrou o corpo dela, mas ela manteve-se deitada perto dele, as perninhas, as calcinhas, tudo roçando 

contra ele no esforço de não escorregar para fora, e ele continou fazendo palhaçadas enquanto riam. 

A segunda garota, querendo emparelhar as forças do jogo, sentou-se a cavalo em cima dele na frente da outra, e 

agora ele podia mover-se ainda mais selvagemente com o peso de ambas em cima dele. 

O pênis, escondido dentro do acolchoado espesso, ergueu-se cada vez mais entre as perninhas, e foi

assim que ele gozou, com uma intensidade que raramente havia experimentado, capitulando na batalha, que as 

garotas venceram de uma maneira que nunca suspeitaram.

Em outra ocasião em que as meninas vieram brincar, ele colocou as mãos embaixo do acolchoado. Então

ergueu o acolchoado com o dedo indicador e desafiou-as a pegá-lo. 

Com grande animação elas começaram a caçar o dedo, que desaparecia e reaparecia em diferentes partes da

cama, pegando-o firmemente entre as mãos. 

Pouco depois não era o dedo, mas o pênis que elas pegavam sem parar e, procurando soltá-lo, ele fazia com que o 

agarrassem mais fortemente que nunca. 

Ele desaparecia por completo embaixo das cobertas e, pegando o pênis com a mão, de repente empurrava-o para 

cima para que elas o pegassem.

Fingia ser um animal, perseguindo-as para pegá-las e mordê-las, às vezes bem perto de onde desejava, e
elas obtinham grande prazer com aquilo. 

Também brincavam de esconde-esconde com o “animal”. 

O “animal” tinha que saltar sobre elas de algum canto escondido. Ele se escondia dentro do closet, no chão, e se 

cobria com roupas. 

Uma das garotinhas abria o closet. Ele podia olhar por baixo do vestido; agarrava-a e a mordia de brincadeira nas 

coxas.

Os jogos eram tão acalorados, a confusão da batalha e o abandono das garotinhas na brincadeira eram tão grandes 

que muito freqüentemente ele podia pôr a mão onde desejasse.

Finalmente o Barão mudou-se de novo, mas os grandes saltos de trapézio de uma fortuna para outra deterioraram-

se quando a busca sexual tornou-se mais forte do que a busca por dinheiro e poder. 

Era como se a força de seu desejo por mulheres não mais estivesse sob 

controle.

Ansiava por livrar-se das esposas e também por prosseguir em sua pesquisa 

atrás de sensações ao redor do mundo.

Um dia ficou sabendo que a dançarina brasileira que havia amado morrera de 

overdose de ópio. 


As duasfilhas deles estavam com quinze e dezesseis anos e queriamque o pai 

tomasse conta delas. 

Ele mandou buscá-las. Na época, ele estava vivendo em Nova York 

com uma esposa com a qual tinha um filho. 

A mulher não ficou feliz com a idéia da chegada das filhas. 

Tinha ciúmes em função do filho, que tinha apenas quatorze anos. Depois de todas as explorações, o Barão agora 

queria um lar e uma trégua das dificuldades e encenações. 

Tinha uma mulher da qual gostava bastante e três filhos. A idéia de reencontrar as filhas interessou-o. 
Recebeu-as com grandes demonstrações de afeto. 

Uma era linda, a outra nem tanto, mas era maliciosa. Haviam sido criadas presenciando a vida da

mãe e não eram contidas ou pudicas.

A beleza do pai impressionou-as. 

Ele, por outro lado, recordou-se dos jogos com as duas garotinhas em Roma, só que as filhas eram um pouco mais 

velhas, e isso acrescentou grande atrativo à situação.

Elas ficaram com uma cama grande, e mais tarde,

quando ainda estavam conversando sobre a viagem e o reencontro com o pai, ele entrou no quarto para dar 

boanoite. 

Estendeu-se ao lado delas e beijou-as. Elas retribuíram os beijos. Mas, enquanto as beijava, deslizou as mãos

ao longo dos corpos, que podia sentir através das camisolas.

As carícias o agradaram. 



Ele disse:

– Como vocês são lindas, as duas. Estou muito orgulhoso de vocês. Não posso 

deixá-las dormir sozinhas.

Faz muito tempo que eu não vejo vocês.

Segurando-as de modo paternal, com as cabeças em seu peito, acariciando-

as de modo protetor, deixou-as

adormecer, uma de cada lado. 

Os corpos jovens, com os pequenos seios ainda não completamente formados, 

afectaram-no tanto que ele não dormiu. 

Fez carinhos em uma, depois na outra, com movimentos felinos para não 

perturbá-las, mas logo depois o desejo foi 

tão violento que acordou uma e começou a forçá-la. 

A outra tampouco escapou. 

Elas resistiram e choraram um pouco, mas haviam visto tanto daquilo durante a vida com a mãe que

não se revoltaram.

Porém, esse não seria um caso comum de incesto, pois a fúria sexual do Barão estava aumentando e havia se

tornado uma obsessão. 

Ficar satisfeito não o libertava, não o acalmava. Era como uma irritação. Das filhas ele ia para a esposa e a possuía.

Ficou com medo de que as filhas o abandonassem, fugissem, por isso as espionava e praticamente aprisionou-as.
A esposa descobriu e fez cenas violentas. Mas o Barão agora estava como louco. Não se importava mais com

a vestimenta, a elegância, as aventuras, a fortuna. 

Ficava em casa e só pensava no momento em que poderia ter as duas filhas juntas. Havia ensinado a elas todas as 

carícias imagináveis. Elas aprenderam a se beijar na presença dele

até ele ficar excitado o bastante para possuí-las.

Mas a obsessão, os excessos, começaram a pesar sobre ele. A esposa o deixou.

Uma noite, após haver deixado as filhas, ele vagava  pelo apartamento, ainda nas garras do desejo, dos ardores

e fantasias eróticos. Havia esgotado as garotas. Elas tinham caído no sono. 

E agora o desejo estava a atormentá-lo de novo. 

Ele ficou cego de desejo. Abriu a porta do quarto do filho. O garoto dormia tranqüilamente, deitado de

costas, com a boca levemente aberta. 

O Barão observou-o,fascinado. 

O pênis duro continuava a atormentá-lo. Pegou uma banqueta e colocou-a perto da cama. 

Ajoelhou-se em cima e pôs o pênis na boca do filho. O filho acordou sufocando e bateu nele. 

As garotas também acordaram.

A revolta contra o desatino do pai eclodiu, e eles abandonaram o agora enlouquecido e envelhecido Barão.
Anais Ninn

2 comentários:

  1. I pensieri che io faccio su di te mi rendono indecente.

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  2. ♥ Há sabores que um nunca devem ser ignorados... porque quando existe paixão ... torna-se uma necessidade... um vício...♥

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